No final de novembro, a Agência Nacional do Petróleo realizou um leilão para a exploração econômica de gás de xisto. Mas, segundo especialistas, a atividade oferece sérios riscos de contaminação. O assunto também está sendo discutido na Assembleia legislativa de Santa Catarina.
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) organizou um visita técnica nesta quinta-feira (6) a uma Unidade de Industrialização do Xisto na cidade de São Mateus do Sul, no Paraná, onde pode conhecer e entender como é realizada a exploração do Xisto. Acompanhado do colega deputado Fabiano da Luz (PT) e de Emerson Bacil, deputado estadual do Paraná e de equipes técnicas, o parlamentar conheceu o interior da usina e o processo de exploração.
“Papanduva vive o dilema de explorar ou não explorar o xisto e qual método utilizar para fazer essa retirada. Por isso foi extremamente importante o auxílio do colega deputado do estado do Paraná, Emerson Bacil, que nos acompanhou nesta visita técnica na usina, quando foi possível sanar muitas dúvidas. Foi uma grande aula, um grande aprendizado e certamente nós deu muito mais embasamento para que possamos avaliar esta questão. Estamos aqui para verificar in loco como é feito este processo e avaliar os eventuais riscos ao meio ambiente e a saúde das pessoas”, disse Caropreso.
O deputado também participou de Audiência Pública realizada nesta quinta-feira(06) pela Assembleia Legislativa em Papanduva/SC, ocasião em que se discutiu com a comunidade a possibilidade de extração de óleo de Xisto no Planalto Norte Catarinense, o que tem causado preocupação entre a comunidade regional.
O Gás de Xisto
O gás de xisto é usado para produzir gás natural que serve de combustível para indústrias e veículos. Os Estados Unidos são o país com maior experiência na exploração do gás, mas outros países, como a França, proibiram a exploração, por causa dos riscos de contaminação ambiental. O Brasil é o segundo país com as maiores reservas de Xisto do mundo e Santa Catarina é um dos seis estados brasileiros que possuem estas reservas.
Proibição da exploração
Tramita na comissão de constituição e justiça da Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe a exploração do Xisto ou qualquer de seus derivados no Estado de Santa Catarina.
Sobre a exploração
A exploração do gás de xisto utiliza a técnica do fraturamento hidráulico. A usina precisar ficar perto de um grande reservatório de gás. O poço é instalado e a perfuração segue vertical até encontrar as rochas de xisto. A partir daí, a tubulação passa a ser horizontal. Grandes quantidades de água e produtos químicos são despejadas no duto. O jato de alta pressão provoca explosões que fragmentam a rocha e liberam o gás.
Para que o buraco não se feche novamente, são injetadas grandes quantidades de areia.
As empresas que vão explorar o gás terão que desenvolver novos estudos sobre os riscos de contaminação. Uma das áreas mais disputadas no leilão da Agência Nacional do Petróleo foi a bacia do Rio Paraná, que fica em cima do maior reservatório de água subterrânea do mundo, o aquífero Guarani, que abastece as regiões Sul e Sudeste.