A secretaria de Estado da Saúde autorizou municípios, hospitais públicos, privados e filantrópicos a retomarem a realização de cirurgias eletivas de média e alta complexidade. A portaria nº 505 foi publicada no Diário Oficial na noite da última quinta-feira, 13. O deputado estadual Dr. Vicente Caropreso (PSDB) vê com alívio a decisão. Ele vinha discutindo a medida com o governo preocupado com os impactos do represamento dos procedimentos. Conforme o parlamentar, que é médico neurologista, cerca de 95 mil pessoas aguardam por atendimento.
“Fizemos toda uma discussão para que isso acontecesse de forma responsável pela secretaria e mediante a existência de estoques de medicamentos anestésicos, que hoje se tornou o principal gargalo da saúde. O governo compreende que haverá uma grande dificuldade com o represamento das cirurgias eletivas. O atraso na resolução faz com que problemas que são simples se tornem problemas médicos complicados devido à longa espera. Vamos amenizar o sofrimento das pessoas que aguardam na fila com exames prontos”, argumenta o deputado, que é vice-presidente da comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
A liberação das cirurgias eletivas também dará fôlego financeiro para vários hospitais filantrópicos que estão com dificuldades em manter a folha de pagamento das equipes médicas. “As constantes suspensões das cirurgias eletivas devido à pandemia resultaram em grande perda de receita que ameaça o funcionamento de hospitais de pequeno porte. A medida tira da passividade várias equipes médicas”
Estoque de anestésicos
Dr. Vicente destaca a necessidade de haver uma colaboração dos hospitais para a manutenção e previsibilidade de estoque de medicamentos anestésicos. De forma que possibilitem a realização de cirurgias eletivas e o tratamento dos pacientes com Covid-19. Dr. Vicente cita o exemplo ocorrido em Jaraguá do Sul. “Uma cooperativa médica auxiliou e dotou os dois hospitais da cidade com dois meses de suprimento de medicamentos anestésicos do kit intubação necessário para atender pacientes com Covid-19, que representa 90% dos anestésicos consumidos no dia a dia dos hospitais”.
Conforme a portaria, os hospitais com estoques críticos para remédios anestésicos intravenosos e bloqueadores musculares não poderão realizar cirurgias eletivas. Também define que a prioridade das UTIs continua sendo para o atendimento de pacientes com Covid-19.
Desde o início da pandemia as cirurgias eletivas estiveram liberadas por cerca de apenas 60 dias nesse período, em momentos em que houve arrefecimento na taxa de transmissão e na ocupação dos leitos hospitalares destinados à Covid-19 em Santa Catarina. No mês de abril um portaria da Secretaria de Estado da Saúde liberou a realização de exames e os procedimentos médicos de baixa complexidade, que não necessitam de medicamentos anestésicos. K