25/01/2023
No entanto, o parlamentar critica o número reduzido de doses oferecidas pelo governo federal
A inclusão de 13 municípios catarinenses na lista de cidades definida pelo Ministério da Saúde que receberão as primeiras doses da vacina contra a dengue, foi recebida com satisfação e preocupação pelo deputado Dr. Vicente Caropreso, vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Enquanto a lista abrange municípios na região Nordeste, infestados pelo mosquito e com grande número de pessoas infectadas, o parlamentar alerta para o reduzido número do imunizante japonês Qdenga adquirido pelo governo brasileiro: apenas 6,5 milhões de doses.
As 13 cidades de Santa Catarina, entre as 500 cidades que receberão doses da vacina contra a dengue, segundo os critérios do Ministério da Saúde, são: Jaraguá do Sul, Guaramirim, Schroeder, Massaranduba, São João do Itaperiú, Corupá, Barra Velha, Joinville, Araquari, São Francisco do Sul, Garuva, Balneário Barra do Sul e Itapoá.
“Ou seja, entre os municípios da região da Amvali e da Amunesc, com foco em Jaraguá do Sul e Joinville, apenas São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre ficaram de fora. Todos os outros vão receber doses da vacina contra a dengue pelo SUS”, analisa o deputado.
Pressão pela vacina
Na Assembleia Legislativa Catarinense, Dr. Vicente realizou diversos movimentos para pressionar o governo federal a incluir a vacina contra a dengue na rede pública de saúde. No ano passado, apresentou e o plenário da Assembleia Legislativa aprovou uma moção solicitando essa medida ao Ministério da Saúde.
“Fizemos uma forte pressão. Desde o ano passado, essa vacina já estava disponível na rede privada por um custo de R$ 400 a dose. É urgente disponibilizar o imunizante na rede pública pelo SUS de forma universal. Santa Catarina, assim como o Brasil, vive uma epidemia de dengue.”
Escassez de doses
“O Brasil será o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas o número reduzido de doses é um desafio muito preocupante”, alerta o parlamentar.
A vacinação inicia em fevereiro, e o governo federal receberá as 6,5 milhões de doses do laboratório japonês em etapas durante o ano. Considerando que se trata de uma vacina de duas doses, com um intervalo de 90 dias, isso significa que, no máximo, 3,2 milhões de pessoas serão imunizadas, o que corresponde a menos de 1% da população brasileira.
Dr. Vicente destaca que em Santa Catarina foram registrados 4 mil casos e 98 óbitos em 2023, enquanto em todo o Brasil foram contabilizadas 1.094 mortes pela doença no mesmo período.
Vigilância
Para o parlamentar, será necessária uma campanha muito racional no uso dessas doses e a participação da sociedade no enfrentamento da doença. “O combate à dengue não é responsabilidade apenas dos governos federal, estadual e municipal. Todos precisam fazer a sua parte, eliminando locais que acumulam água e evitando que os mosquitos depositem ovos e se reproduzam. Cabe a todos nós o combate dessa epidemia de dengue que assola Santa Catarina e o Brasil.”