O governo do Estado irá revisar a Política Hospitalar Catarinense para incentivar a realização de cirurgias eletivas. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado de Saúde, André Motta Ribeiro, durante a reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, realizada nesta quarta-feira (30). O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) questionou o secretário sobre ações para reduzir a fila de espera por procedimento cirúrgico que soma mais de 95 mil pessoas.
“Devido à pandemia, que mobilizou todo o aparato médico hospitalar para o atendimento das pessoas com Covid-19, as cirurgias eletivas foram paralisadas. É uma situação preocupante, uma ‘epidemia’ que o estado terá que enfrentar”, afirmou o deputado, que é vice-presidente da comissão de Saúde e autor do requerimento que solicitou a participação do secretário na reunião.
O gestor afirmou que a secretaria está discutindo com representantes dos hospitais filantrópicos e particulares uma revisão da política hospitalar e elabora um plano de incentivo da retomada das cirurgias eletivas. O secretário também afirmou que a pasta está dando apoio aos hospitais filantrópicos que estão com dificuldade para aquisição de medicamentos anestésicos intravenosos e bloqueadores musculares, os quais compõem o kit intubação usado no tratamento de pacientes com Covid-19. Ele também destacou que parte dos leitos de UTI SUS que foram abertos durante a pandemia ficarão em uso, independentemente de habilitação do Ministério da Saúde, para dar suporte à realização das cirurgias eletivas.
Em maio deste ano a Secretaria de Saúde publicou portaria liberando hospitais para a realização de cirurgias de média e alta complexidade, desde que tenham estoque de medicamentos e contem com UTIs de retaguarda, uma vez que a prioridade continua sendo para pacientes com Covid-19. A medida esbarrou no agravamento da pandemia, com mais de 90% das UTIs ocupadas, e na dificuldade de aquisição de medicamentos, que além de custarem dez vezes mais caros estão escassos no mercado. Ribeiro informou que a secretaria já repassou mais de 1,5 milhão de ampolas de medicamentos aos hospitais que são referência no tratamento de Covid.
“O secretário trouxe boas perspectivas para o enfrentamento dessa situação. Abriu canal de conversação com entidades médicas, hospitalares e consórcios municipais para somar forças e construir os meios para estimular a realização das cirurgias eletivas. Antes da pandemia eram 73 mil e hoje já são 95 mil as pessoas aguardando um procedimento médico”, disse Dr. Vicente.
30% de imunizados em agosto
O deputado Dr. Vicente Caropreso também questionou o secretário sobre o ritmo da campanha de imunização e quantitativo de vacinas disponível e se a alegada dificuldade de compra do governo federal no ano passado impactou o ritmo de vacinação. O secretário respondeu que houve dificuldade de cumprimento dos calendários de produção pelos laboratórios e que a politização da pandemia na esfera federal provocou impactos negativo, estimulando as pessoas a não tomar a vacina e não seguir as normas sanitárias.
Por outro lado, o secretário destacou que Santa Catarina está entre os cinco estados brasileiros que mais vacina, sendo que até o momento 15% da população elegível foi vacinada com as duas doses e que até o mês de agosto esse índice deve chegar a 30% de imunizados.
Questionado sobre se o governo pretende comprar vacinas, o secretário afirmou que o quantitativo de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde é “interessante”, garantindo o andamento da campanha de imunização. Ele explicou que o governo estadual tem reserva de recursos e contato com laboratórios, mas uma compra realizada pelo governo obrigaria Santa Catarina a destinar as vacinas adquiridas ao Plano Nacional de Imunização para serem divididas entre todos os estados.