O deputado estadual Dr. Vicente Caropreso (PSDB) visitou um dos abrigos de acolhimento de crianças e adolescentes de Jaraguá do Sul. A visita, que ocorreu na sexta-feira (27), foi acompanhada pelo promotor da Infância e Juventude do município, Rafael Meira Luz, e pela secretária de Assistência Social, Maria Santin Camelo. A agenda faz parte dos trabalhos da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente, a qual é presidida por Caropreso.
Segundo o parlamentar é importante trazer a sociedade e o poder público para o debate. “Precisamos reunir todos os entes em busca de uma solução imediata para reduzir o tempo de permanência dessas pequenas pessoas em abrigos. Não tem quem não se emocione ao entrar em um lugar desses. Toda criança e adolescente tem o direito de viver em família”, afirmou o deputado que também é pai adotivo.
O promotor destaca que um dos grandes entraves para que a adoção ocorra de forma rápida é a identificação dos perfis. “Os perfis dos que querem adotar muitas vezes não se encaixam com os de quem espera para ser adotado. Em nosso Estado, na sua maioria, os que aguardam por adoção já passaram dos três ou quatro anos de idade. E aqueles que estão na lista de espera geralmente estão porque o perfil idealizado é de 0 a 3-4 anos”, explicou.
O promotor citou dois exemplos locais. Em um deles, o casal já estava na fila há sete anos, pois o perfil solicitado era estreito, ou seja, criança menor de quatro anos. “Em outro caso, o casal fez o pedido de inscrição no cadastro de adotante, e antes que estivesse sentenciado, foi chamado porque o perfil era amplo, adotou em menos de seis meses”, expôs o promotor.
Ele afirma que não é possível obrigar as pessoas a adotarem um determinado perfil de crianças. “Enquanto os perfis dos interessados for restrito, vamos ter crianças e adolescentes completando a maioridade nos abrigos no Brasil inteiro”, lamentou.
A secretária de Assistência Social afirma que a conscientização da população sobre quem está à espera de um lar pode auxiliar na redução da permanência delas em abrigos. “É importante que as famílias não procurem só o olho claro, a cor da criança, mas que procure aquela que está à espera de um lar, que a conheça e sinta o amor que é possível compartilhar.”
Números
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2016, foram adotadas 1.226 crianças e adolescentes em todo o país. Os estados com maior número de adoções foram Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais. O número pode ser ainda maior, já que há possibilidade de atraso na comunicação das adoções realizadas ano passado. Hoje, de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, há 7.158 crianças aptas à adoção e 38 mil interessados em adotar.
Em Santa Catarina, tem 1.458 crianças e adolescentes em programa de acolhimento institucional, sendo que em torno de 200 estão em condições de serem adotadas. Na outra ponta, 2,5 mil famílias desejam adotar.