Com a eleição de dois deputados federais da microrregião de Jaraguá do Sul e a reeleição de Vicente Caropreso (PSDB) para a Assembleia Legislativa, os prefeitos dos cinco municípios da microrregião do Vale do Itapocu acreditam que o aumento da representatividade deve render frutos à região.
Os prefeitos Antídio Lunelli (MDB), de Jaraguá do Sul, e Armindo Sésar Tassi (MDB), de Massaranduba, acreditam que a conquista de duas cadeiras na Câmara dos Deputados – a serem ocupadas por Carlos Chiodini (MDB) e Fabio Schiochet (PSL) -, devem facilitar o retorno de recursos e dar mais força à região, inclusive com o desentrave de obras importantes, sobretudo as de mobilidade.
Outra expectativa, salientada pelos prefeitos João Carlos Gottardi (PP), de Corupá, e Osvaldo Jurck (PSDB), de Schroeder, é quanto à uma revisão no pacto federativo, proporcionando uma divisão mais justa dos recursos com os municípios. Gottardi cita que cerca de 80% dos impostos arrecadados nos municípios ficam com a União e o Estado.
O prefeito de Guaramirim, Luís Chiodini (PP), também manifesta a surpresa, sentida também pelos demais prefeitos, com o resultado do primeiro turno da eleição ao governo do Estado, que levou para o segundo turno o candidato Comandante Moisés (PSL), juntamente com Gelson Merísio (PSD).
Para Antídio Lunelli (MDB), prefeito de Jaraguá do Sul, a mobilidade continua sendo a principal reivindicação. E ela só virá com a duplicação da BR-280. “Sem isso, não conseguimos viabilizar novas empresas em Jaraguá do Sul, que trariam seus tributos para cá e fariam a economia da cidade girar definitivamente”, pontua.
Para ele, o resultado do primeiro turno das eleições deixou claro que o brasileiro quer mudança na política, mas não se viu representado em boa parte dos candidatos que disputaram a eleição para a presidência.
Para Lunelli, Santa Catarina liderou esse sentimento ao fazer a maior votação proporcional ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), “uma verdadeira avalanche”, diz o prefeito. “Infelizmente, foi a mesma avalanche que tirou nosso candidato Mauro Mariani [MDB] do segundo turno e dificultou a votação dos demais candidatos que apoiávamos”.
O anseio por mais representatividade em Brasília sempre foi uma reivindicação das lideranças políticas locais, afirma Lunelli. Agora, com dois parlamentares naturais de Jaraguá do Sul, aliado à experiência de Carlos Chiodini (MDB), o prefeito acredita que a região poderá pleitear ainda mais obras.
“É uma pena que não conseguimos manter o mesmo número de deputados estaduais. Apesar disso acredito que o Dr. Vicente [Caropreso, PSDB] continuará representando bem Jaraguá do Sul na Assembleia Legislativa”, avalia Lunelli.
A expectativa do prefeito para os próximos anos, com base no resultado do pleito, é de que os recursos sejam melhores distribuídos, chegando à cidade para melhorias em todos os bairros. “Com tanta renovação no Congresso e na Assembleia Legislativa, esperamos que as práticas também se renovem – e isso inclui uma melhor destinação dos recursos”, ele reforça.
A respeito dos resultados do primeiro turno destas eleições, o prefeito de Corupá, João Carlos Gottardi (PP), destaca a eleição de candidatos a quem apoiou durante a campanha, pela coligação do PP na disputa estadual.
Para a Assembleia Legislativa, dos seis candidatos apoiados, Gottardi observa que dois tiveram votação em Corupá e foram eleitos, os deputados Ana Paula da Silva (PDT) e João Amin (PP). Para a Câmara Federal, os eleitos foram Ângela Amin (PP) e Darci de Matos (PSD). O pepista também comemora a eleição do candidato do PP, Esperidião Amin, para o Senado.
“E o mais importante que nós estamos no segundo turno, com nosso candidato a governador Gelson Merísio”, avalia o prefeito.
Para a segunda fase do pleito, Gottardi vê o posicionamento do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) como positivo, já que o candidato não manifestou apoio ao candidato do seu partido para o governo de Santa Catarina, Comandante Moisés, mantendo-se neutro.
“Então está em aberto a campanha em Santa Catarina. A gente sabe da onda do 17, mas o Merísio é o candidato mais preparado”, defende o prefeito.
Ele destaca a experiência de Merísio como presidente da Assembleia Legislativa e o projeto de governo, que pretende extinguir as Agências de Desenvolvimento Regionais (ADRs), que Gottardi entende como cabide de emprego. E defende a experiência e conhecimento da máquina pública para o governo do Estado.
“O Brasil realmente precisa dessa mudança, desse choque, e já se mostrou isso nas eleições, mudança de deputados, o MDB e o PT perderam a metade dos deputados, senadores, PSDB também, que eram os partidos mais fortes em Brasília. Então os partidos novos, o PSL, o Novo, esses partidos elegeram bastante gente e acho que essa renovação é muito salutar.”
Já no cenário nacional, o prefeito acredita que “não tem quem tira [a vitória] do Bolsonaro”, e que como próximo presidente, diz Gottardi, ele deverá fazer as mudanças necessárias, “choque de gestão” e, principalmente, distribuir melhor a renda para os municípios.
Mais do que obras estruturantes, a revisão do Pacto Federativo é a principal reivindicação do prefeito, também aos deputados federais e estaduais eleitos, dando maior autonomia para cada município direcionar os recursos na resolução dos seus problemas locais.
“De cada R$ 100 que gastamos na saúde, R$ 76 é o Município que investe, R$ 24 reais é entre a União e o Estado. E os impostos, 80% fica entre a União e o Estado, então tem que mudar isso, urgentemente”, declara.
Para o prefeito de Guaramirim, Luís Chiodini (PP), o resultado da eleição presidencial não o surpreendeu, diferentemente da eleição para governo do Estado, em que admite ter ficado surpreso.
“O povo realmente mandou claramente seu recado e esse recado não foi regional e sim estadual. Para um bom entendedor meia palavra basta”, comenta Chiodini.
Quanto à eleição de dois deputados federais e um deputado estadual da microrregião, o prefeito diz que se sente esperançoso, embora sua torcida para a eleição de Dieter Janssen (PP) não tenha dado certo.
Sobre a reeleição de Vicente Caropreso como deputado estadual, o prefeito destaca o comprometimento com a saúde da região e do Estado, que espera ter continuidade no próximo mandato. Sobre Fabio Schiochet (PSL), estreante eleito para a Câmara Federal, o prefeito conta que já o recebeu em seu gabinete, e diz que possui ideias democráticas e de direitos a todos.
“Sobre o Carlos Chiodini [MDB], todos sabem que abrimos nosso partido PP para federal e teve apoio de secretários da prefeitura e filiados em meu pedido, pois expliquei de sua parceria e comprometimento com nosso município”, relata o prefeito.
Diante do resultado destas eleições, a expectativa do mandatário é que o país saia “o quanto antes dessa crise que vem afetando a saúde, educação, segurança e demais setores.
“Nossa luta continua a mesma, pois as responsabilidades e demandas deverão ser oferecidas e supridas a toda nossa população. Ou pelo menos enquanto conseguirmos orçamentariamente nos mantermos de pé”, ele avalia.
Como reivindicação, Chiodini pleiteia o reajuste da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), a reforma política e a reforma tributária. “E principalmente um apelo de quem vive o dia a dia as necessidades do povo: lutar fortemente contra a corrupção e reinvestir nas demandas básicas da população”, arremata.
O prefeito de Schroeder, Osvaldo Jurck (PSDB), chama a atenção para a particularidade da eleição deste ano que, para ele, foi diferente de tudo o que o país já viu e viveu enquanto democracia.
Ele classifica o pleito como “tranquilo, porém atípico”, devido ao que ele chama de “fato novo, essa onda Bolsonaro”, que acabou obrigando partidos e candidatos a articular estratégias diferentes baseadas nos passos do PSL, partido do presidenciável.
Ainda assim, Jurck considera como positiva a eleição em nível regional, com a vitória de dois candidatos à Câmara Federal – Carlos Chiodini (MDB) e Fabio Schiochet (PSL) – e a reeleição do deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB).
“A nível de região temos uma representação muito boa a nível federal, fomos vitoriosos. A nível estadual temos uma boa expectativa de continuidade”, ressalta.
Entre as principais reivindicações que o prefeito pretende apresentar aos representantes está a melhoria do pacto federativo a fim de otimizar a transferência de recursos para o município. Além disso, obras estruturais são essenciais, garante.
“Em termos de obra, acredito que a parte de infraestrutura como um todo deve ser cobrada a nível de região porque, por exemplo, se conseguirmos a execução da BR-280, todos os municípios são beneficiados.”
Para o segundo turno, o prefeito vê o governo de Santa Catarina como uma situação distinta com duas opções novas e afirma que, independente de quem vença no dia 28, haverá cobrança. “Temos que fazer uma pressão para que assumam uma responsabilidade com a nossa região, é de suma importância que se comprometam com obras”, diz.
Embora explique que o partido deve se posicionar em breve após reunião sobre um possível apoio no que diz respeito a eleição presidencial, Jurck caminha no mesmo rumo que o município, onde o PSL teve votação expressiva.
“Cada um tem sua liberdade, mas de antemão reafirmo o desejo de Schroeder, onde na parte proporcional, é um dos municípios que mais votou no PSL. Eu sou bastante cívico e tenho saudade de quando tínhamos educação moral e cívica nas escolas. Vamos resgatar as cores da nossa bandeira, que vença alguém que recupere a nossa pátria. A nossa bandeira é verde e amarela e tem que estar acima de tudo”, finaliza.
Com a eleição para a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e para a Câmara Federal definida, os prefeitos da microrregião começam a analisar o cenário que se desenha para seus municípios.
Para Armindo Sesar Tassi, prefeito de Massaranduba, a eleição de dois representantes a nível federal e a reeleição de um deputado estadual – Carlos Chiodini e Fabio Schiochet foram eleitos à Câmara Federal e Vicente Caropreso reeleito para a Alesc – deve impulsionar os investimentos na região, que pode ser favorecida com o desentrave de obras importantes, especialmente no que diz respeito à mobilidade e estrutura de rodovias.
Comemorando as três vitórias, Tassi enfatiza que a cobrança será constante. “Fico feliz porque conseguimos eleger nossos representantes que, com certeza, vão ajudar muito a nossa comunidade. Quanto mais representantes, mais força a região tem”, frisa.
“Conhecemos eles e esperamos que se esforcem ao máximo para melhorar a região, a saúde, fazer crescer e, especialmente trabalhar pelas rodovias. Eu acredito em todos eles porque, se colocaram o nome à disposição, sabem que estão lá para trabalhar e nós vamos cobrar.”
O prefeito já adiantou que a principal bandeira do município é a estrutura de suas rodovias e o principal pedido já está na ponta da língua: pavimentação da rodovia que liga Massaranduba a Luís Alves e Blumenau.
“O principal pedido, fora a conservação da nossa SC é a ligação com Luís Alves e Blumenau. Vamos começar a trabalhar em conjunto para cobrar a pavimentação dessa rodovia”, complementa.
Embora surpreso e decepcionado pela não ida de Mauro Mariani (MDB) ao segundo turno estadual, Tassi afirma que o próximo governador precisa de coragem para estimular o crescimento de Santa Catarina.
Passado o impacto da derrota de Mariani, ressalta que já definiu o apoio tanto estadual, quanto a federal neste segundo turno: o PSL.
“Em nível federal eu estou muito tranquilo, já votei e vou continuar com o Bolsonaro e da mesma forma. Aqui, vou trabalhar pelo Comandante Moisés. É o que o povo está pedindo, cara nova”, finaliza.